domingo, 19 de agosto de 2012

Feiras Medievais - Origem e importância


Com fim do Império Romano e praticamente no final da Idade Média (entre os séculos XI e XIV), a Europa passou por transformações sociais, econômicas e políticas de grande importância. O fortalecimento do comércio e o surgimento da burguesia favoreceram o desenvolvimento e surgimento de muitas cidades. Muitas destas novas cidades surgiram a partir dos burgos, que eram conjuntos de habitações fortificadas que serviam de residência para os burgueses. Com a dinamização da economia nas cidades, em função do comércio, muitas pessoas começaram a deixar o campo para tentar a vida nos centros urbanos. Justamente nesse momento acontece um aumento nas rotas mercantis e o surgimento e organização das feiras, que é o foco desta pesquisa.



Para realizar o consumo de todos os produtos produzidos foi se desenvolvendo feiras por todo o continente. O Senhor feudal comercializava todo o excedente de sua produção, de igual forma acontecia com a força do artesanato e a criação das corporações de ofício. Tudo isso contribuía que as feiras se espalhassem e fizesse girar o capital e consequentemente favorecendo o renascimento urbano na Idade Média. As feiras eram realizadas nas praças principais e tinham também a participação da Igreja com duas quermesses e muitos artistas que adotaram um aspecto circense para interagir e divertir os consumidores.










































Comércio e Matéria prima


O aumento da liberdade política e econômica foi propiciando o aprimoramento do trabalho urbano. Os artesãos, que faziam os produtos consumidos pelos europeus, passaram a se organizar em entidades para além de suas cidades. Para isso, formaram as guildas e as corporações de ofícios, ditando as normas de fabricação de seus produtos e as formas de sua comercialização, a fim de proteger esses profissionais no mercado e propiciar seu lucro. Assim, como o comércio crescia e o artesanato também, toda essa produção era resultado de cidades cheias de comerciantes e artesãos. Logo para defender seus direitos trabalhistas, essas duas categorias começaram a ser organizar em corporações específicas para cada tipo de ofício.

Parte do excedente de população que não mais são aproveitadas nos feudos, partem para as cidades com maior atividade comercial em busca de trabalho. Essa mão-de-obra vive em função das feiras e realizam pequenos trabalhos, servem alimentação, contribuindo para o desenvolvimento da busca de lazer dos comerciantes.


















De lá para cá



Os portugueses trouxeram para o Brasil os costumes medievais que povoaram a política, a economia, a religião, a cultura e a sociedade. Muitos desses costumes ainda podem ser encontrados na atual sociedade e as feiras livres exemplificam isso. Se caminharmos pelo comércio de nossa comunidade veremos que as feiras assim como no período medieval são organizadas geralmente nos centros e acumulam um grande número de pessoas que chegam de toda parte para negociar, comprar, discutir política, religião, o seu dia-a-dia e com isso fazem a economia se movimentar. As feiras de Valença e da cidade de Weceslau Guimarães (Ver fotos) personificam essa manifestação cultural e comercial. Assim como nessas cidades em outras localidades as feiras atuam como uma importante atividade econômica e social.  

Antiga Feira de Valença










Feira da Cidade de Wenceslau Guimarães
Feira da cidade de Valença
Feira da Cidade de Wenceslau Guimarães
Feira da Cidade de Wenceslau Guimarães























































Feira da cidade de Valença














Feira da cidade de Valença


















segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

OS PRIMEIROS HABITANTES DO TERRITÓRIO DE VALENÇA.




Habitado por Índios Tupiniquis de índole pacífica, o território do município de Valença foi cenário de acontecimentos importantes do passado que demonstram a luta para colonizar essa terra. Este é um breve relato da longa história de Valença.

O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO.




Estamos em 1534, ano em que D. João III, rei de Portugal, dividiu o recém descoberto Brasil em Capitanias Hereditárias. Estas terras valencianas são incorporadas à Capitania de Ilhéus sob jurisdição da Vila de Nossa Senhora do Rosário de Cairú, local onde foi assentado o primeiro povoamento. Expulso pelos índiso Aimorés, de indole bravia, da parte próxima a Ilhéus, os donatários da Capitania, à frente Jorge Figueiredo Correia e seu tenente Ramiro, estabeleceram-se no arquipélago da atual Cairú, mas foi somente trÊs décadas depois, que a paz com os índios permitiu a colonização de todo o território litttorrral entre Guaibim e Camamu. Dentre os primeiros moradores de Valença, cabe destaque a figura do Senhor Sebastião de Pontes, homem rico e influente, o qual realizou muitos investimentos no local, a exemplo do engenho de cana de açúcar construído a duas léguas da embocadura do rio Una, próximo da primeira cachoeira, "grande e forte, muito bem fabricado de casas de vivenda e de purgar, e também uma formosa igreja da invocação de São Gens com três capelas de abóbadas". Estabeleceu ele um curral defronte da ilha de Tinharé, ficando o local conhecido como Ponta do Curral. Construiu também Outros moradores foram também estabelecer-se nas proximidades do engenho, com fazendas de cana. Havia ainda, uma aldeia de indígenas subordinados a Sebastião de Pontes.

O DECLÍNIO DO PROGRESSO




Mas o progresso da região, entretanto durou pouco tempo, devido à deportação do Sr. Sebastião de Pontes para Portugal, onde cumpriria pena na cadeia do limoeiro em decorrência de um letígio pessoal. O Sr. Sebastião Pontes teria torturado um mascate de quem havia tirado a mulher. Conta-se que o humilhado mascate teria tido a oportunidade de se comunicar com o rei e denunciado o fato, dessa forma, tomadas as devidas providências, um navio de guerra foi enviado para o Morro de São Paulo, com pretexto de concertar avarias. O seu comandante visitou Pontes, e o convidou a conhecer o Navio, sendo então preso quando almoçava e inteirado da verdade. Foi então metido a ferro e levado para Lisboa. Portugal, onde terminou seus dias. Após estes acontecimentos as terras perderam seus investimentos e foram invadidos pelos bravos índios Aimorés, originários e verdadeiros donos da terra.
Continuaram a haver povoamentos nas terras em torno da Capela de Nossa Senhora do Amparo, os quais deram origem a Valença. Porém, por sofrer ataque por parte dos Aimorés, a população migrou para as ilhas de Tinharé, Cairú e Boipeba. Protegido pela Coroa Portuguesa com a permanência de soldados no local, o outro lado do canal guarneceu a extração de madeira para a construção naval, e a área desmatada logo foi sendo ocupada para atividades agrícolas, notadamente o café, o arroz de Veneza e a mandioca, e assim o povo antes expulso retornava às proximidades da Capela.